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Arquivo mensal: maio 2012

Primeiro os primórdios

primeiro os primordios 1

Esse foi um dos primeiros textos que escrevi e, acredite, isso faz tempo.
Vasculhando a gaveta encontrei uma lauda amarelada, talvez por vergonha de ter-se escondido por tanto tempo.
A qualidade não é lá grandes coisas, logo, sejam complacentes com as linhas e não descarrilem a idéia. Antes, porém, deixem eu contextualizá-lo.
Vivemos num país onde temos um escândalo por dia, faltam dias pra tantos escândalos, é um atrás do outro ou na frente, sei lá…
Já perdi o senso de direção e por pouco os sentidos. CPI virou parte do nosso vocabulário: Mais uma daquelas palavras que não servem pra nada. Não dá tempo nem de absorver o golpe e lá vem outro e outros… Nossa sociedade está mergulhada num intenso estado de catatonia. Ninguém vê ou ouve nada, nem mesmo aquilo o que se fala.
Parece que virou moda ser resignado e aceitar de forma pacífica ou passiva tudo que aí está – tendência “ou trono/inferno” – que ser submisso é ser elegante e ficar calado é ter etiqueta. O inaceitável virou quebra-queixo: Duro, mas docinho de engolir.
No Brasil quem tem boca vai a Roma, mas dá uma preguiça danada reclamar na rua do lado… E, assim, vamos subindo ladeira abaixo.
Deixemos a TV pensar por nós, assim temos mais tempo de ver TV. É assim que a TV quer te ver: Com o controle,ou a falta dele, nas mãos a escolher por qual cano quer entrar…Cano 1, 7, 11?
Damos à televisão o melhor lugar da sala e permitimos que ela faça de Tiradentes um herói, de Evo Morales uma ameaça, de Lampião um desordeiro, da renúncia de Collor um impeachment e de Obama um pop star… “É sério, pô, eu vi na tv!”.

É preciso que se saiba ver as coisas por todos os ângulos, uma pirâmide vista do alto é um perfeito quadrado. O mundo é leitura. “Leia” o que se é dito e fique atento à pontuação, ao ponto de vista. Ligue a TV e assista tudo com muita atenção.
Assista a canais distintos, confronte informações e mídias diferentes, mas não esqueça de, antes do ON, acender um vela à Santa Protetora dos telespectadores.

Ah, sim…O tal texto antigo, tava quase esquecendo…

primeiro os primordios 1

MANIFESTO
Levantai-vos povo brasileiro,
Pois é chegada a hora do levante.
Nesse país onde a miséria não dá trégua,
Sejamos ponto. Sejamos Virgulino.
Nessa pátria onde não se faz luz,
Não nos acanhemos. Sejamos Lampião, ou tal como.
Não nos deixeis manipular ou esmorecer.
A justiça se faz cega porque o horizonte é negro.
Não sejamos covardes. Sejamos conselheiro.
O poder da revolta é o galope da revolução.
A vergonha é a catapulta da mudança.
Não tenhamos a cara pintada.
Estejamos limpos: mãos, corpo, alma e coração.
Não sejamos cabisbaixos. Falemos alto. Nos façamos ouvir.
Se sabemos que tudo está errado.
Por que esperar que outros venham mudar.
Onde estão os brasileiros?
Por onde se escondem, se escondem em que lugar.
Eu só acredito e tenho certeza de uma coisa:
Levantai-vos povo brasileiro.
É chegada a hora do levante!!!

 
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Publicado por em 31 de maio de 2012 em Falando Sério, Match Point, Mundo cão, WTF?!

 

Que bruxaria é essa? [Concept album]

Há bastante tempo conheço o termo. O caso é que há alguns dias, conversando com um amigo, sobre um álbum de prog (rock progressivo), usei o termo e, de repente, aquela cara de “que bruxaria é essa?”. Pois bem… É muito provável que você já tenha escutado um disco conceitual, ou um concept album.

Um entendimento simples pode ser feito levando-se em conta a idéia de continuidade, ou seja, um álbum cujas musicas estejam diretamente interligadas faixa-a-faixa, como se a música não fosse ter fim, ou continuidade da idéia na faixa seguinte, quase como uma história única. E este é um segundo entendimento. Um álbum que conta uma história, esta idéia é mais comum.

Pink Floyd - The Wall (1979)

Pink Floyd – The Wall (1979)

Daí que pensei nas óperas! Por que uma ópera não é um disco conceitual? Ou é? Possui os elementos para serem definidas como tal, mas… Bem… Melhor deixar pra um aprofundamento via pesquisa, para que seja tudo bem fundamentado e eu não estar falando besteira. Mas consigo identificar, com certa facilidade, discos conceituais no meio do rock progressivo. E um dos primeiros álbuns que ouvi, que podemos classificar como um concept album, é o The Wall (1979), um verdadeiro masterpiece do Pink Floyd. Também definido como uma ópera rock, o álbum conta a história de Pink, um protagonista que teve o pai morto na Segunda Guerra Mundial, e cresce reprimido por uma mãe superprotetora, e na escola por professores tirânicos. Estes traumas sofridos compõem os “tijolos” do “muro” em que se fecha. O garoto cresce e se torna uma estrela do rock, sendo consumido pelas drogas, infidelidade e crises de violência. Até que num determinado momento enlouquece, torna-se um ditador, os traumas sempre o atormentando, enlouquecendo… Enfim! Uma história para se ir acompanhando do começo ao fim. Bem linear mesmo.

The Who - Tommy (1969)

The Who – Tommy (1969)

Um outro disco conceitual muito famoso é o Tommy (1969), do The Who. Aqui, o protagonista (Tommy Walker) é um garoto cujo pai é dado como morto na Primeira Guerra Mundial. Um belo dia, o pai volta para casa e encontra a esposa com o amante. Enfurecido, o pai assassina o ricardão, e Tommy assiste a tudo através de um espelho. Seus pais, então, o fazem acreditar que ele não viu, não ouviu, e nem comentará nada com ninguém. Consequência: Tommy se torna cego, surdo e mudo. Então ele tem uma visão de um estranho barbudo que o leva numa viagem espiritual. Durante sua infância, Tommy sofre muitos abusos, como ser levado a uma prostituta que o droga, vive apanhando do primo e é molestado pelo tio, e todas as sensações físicas transformam-se em música. Já na fase adulta, Tommy encontra um jogo de pinball num ferro-velho e põe-se a jogar, e se torna o melhor do mundo, conquistando uma legião de fãs. Num determinado momento, um médico aparece com a garantia da descoberta da cura para a cegueira de Tommy, e o põe em frente a um espelho. É quando Tommy volta a enxergar, percebendo seu próprio reflexo. Só que a mãe acaba destruindo o espelho, e Tommy se liberta daquela “prisão”, considerando-se um iluminado. Cria, então, uma seita e atrai seguidores por onde passa. Só que as regras são cada vez mais duras, e uma hora os seguidores se rebelam contra ele. Mais uma ópera rock! E mais um álbum primoroso!

Dream Theater - Metropolis Part 2: Scenes of a Memory (1999)

Dream Theater – Metropolis Part 2: Scenes of a Memory (1999)

Dando continuidade a cada fim de década (pura coincidência, juro! rs), em 1999 a banda Dream Theater lança também um disco conceitual. Metropolis Part 2: Scenes of a Memory é mais um “discaço”! Aqui já não há pai de ninguém morto numa Guerra Mundial. Trata-se de uma regressão a uma vida passada, pelo protagonista Nicholas. Antes de mais nada, o álbum é dividido em dois atos. O primeiro ato começa com Nicholas num hipnoterapeuta, realizando uma regressão para se curar de imagens que tem em seus sonhos, que vivem a lhe atormentar. Ele então descobre ter sido uma jovem chamada Victoria Page, em 1928. Nicholas então resolve ir à casa que aparece em suas lembranças, e lá encontra um senhor de idade que lhe conta sobre o assassinato da jovem, naquele lugar. Ele então retorna ao hipnoterapeuta e faz nova regressão, descobrindo desta vez num jornal que o crime havia sido passional e o assassino, um jovem chamado Julian Baynes, havia cometido suicídio logo em seguida. No segundo ato, a história muda de visão. Começa com Julian atormentado pelo fim de seu relacionamento com Victoria, por conta do álcool e da jogatina. Seu irmão, Edward Baynes, também acaba entrando em conflito, pois Victoria havia lhe contado sobre o fim da relação, e o malandro acaba se apaixonando pela mocinha. Edward seduz Victoria e.. Pimba! Apesar de tudo, Victoria e Julian acabam reatando e Edward, tomado por fúria, resolve marcar um encontro com os dois naquela casa, para matá-los. Após o feito, Edward põe uma carta suicida no bolso de Julian para despistar a polícia. Então Nicholas retorna da hipnose, volta para casa, liga a tv e serve uma bebida. Logo depois, alguém chega na casa e ouve-se a voz do hipnoterapeuta falando: “Acorde, Nicholas” e um grito. Na verdade, o hipnoterapeuta é a reencarnação de Edward, que vai até a casa de Nicholas para selar novamente o destino de ambos. Legal, né?

King Diamond - The Graveyard (1996)

King Diamond – The Graveyard (1996)

Agora uma história mais macabra, praticamente um filme de terror. O álbum The Graveyard (1996) é mais um dos discos conceituais do ex-vocalista do Mercyful Fate, King Diamond. Seus outros álbuns solos também são histórias de terror, fictícias ou reais. Agora também abandonamos o gênero progressivo e entramos num clássico heavy metal. Vamos à história, então. Aqui, o protagonista (o próprio King) é um empregado de um prefeito corrupto e pervertido. Certa noite, King encontra o prefeito McKenzie molestando sua própria filha, Lucy, de mais ou menos 7 anos. Apesar de denunciá-lo, o prefeito alega que King é louco e o envia para um hospício. Ali, King aguarda o momento ideal para a fuga e, após muitos anos, a executa. Conseguindo escapar, fica escondido da polícia num cemitério e lá, trama sua vingança contra o prefeito McKenzie. E quem passava pelo cemitério, tinha lá seu fim. King, obcecado com a idéia de que quem morresse decapitado naquele cemitério, tinha sua alma aprisionada na cabeça (decapitada, claro). Ele então consegue sequestrar a menina Lucy Mckenzie, faz a garota adormecer e a enterra viva em um dos 7 túmulos que ele havia preparado, cada uma com a inscrição na lápide “Lucy forever” (ou para os conspiradores: Lucifer Ever..rs), e contacta o prefeito para vir ao cemitério à meia-noite, para um joguinho macabro. Assim que o prefeito chega, King aparece para ele e o nocauteia. Ao recobrar os sentidos, King lhe entrega uma pá e o manda cavar sua filha de um dos 7 túmulos, sendo que havia apenas 3 chances. Acaso falhasse, King mataria ambos. Na terceira tentativa, o prefeito acerta, mas King o nocauteia novamente e o amarra a uma das lápides. King então retira Lucy do caixão, e começa a torturar o prefeito, mas não percebe quando Lucy encontra um cabo que sustenta uma janela com o vidro quebrado e o puxa, decapitando King e aprisionando sua alma em sua cabeça. Convencida pela cabeça de King, Lucy guarda a cabeça em sua mochila e leva consigo, para que ele a proteja de futuros abusos do pai. Como todo filme de terror, uma diversão!

The Decemberists - The Hazards of Love (2008)

The Decemberists – The Hazards of Love (2008)

“Que horror! Não tem algo mais leve, romântico não?”. Tem sim. Em 2008, a banda The Decemberists (de indie rock/folk) lança um disco conceitual bem legal: The hazards of love (os perigos do amor). Já li críticas ferrando este álbum, mas pessoalmente gostei. O álbum conta a história de Margareth e seu amor quase impossível, William. História: A princesa Margareth, uma jovem fada, está passeando pela floresta e encontra um veadinho machucado. Ela, então, cuida dele e o veadinho se transforma no jovem William (hahahahaha), por quem ela se apaixona e acabam fazendo amor. Ela engravida e William declara seu amor por Margareth. A irmã de Margareth percebe sua gravidez e resolve anunciar o fato para a mãe. Mas a mamãe de Margareth, a fada-rainha da floresta bem ciumenta, não fica feliz com a união dos dois e decide separá-los a todo custo. Para isso, contrata o vilão da história: Rake, um capataz que mata seus próprios filhos, cujos espíritos depois se vingam. A rainha o ordena para sequestrar sua filha princesa e dar cabo dela. Rake então cumpre a ordem, e William vai atrás para impedir o destino de sua amada. Enquanto a princesa está sendo levada por Rake, ao tentarem cruzar um rio, os espíritos dos filhos do capataz aparecem para se vingarem. William recupera Margareth, mas não conseguem retornar até a margem, e morrem afogados. Enquanto afundam, fazem uma jura de amor eterno, clarificando que, na morte, os perigos do amor não mais os perseguirão. E serão felizes para sempre. Quase um conto da Disney, não? rs.

Chico Buarque - Ópera do malandro (1979)

Chico Buarque – Ópera do malandro (1979)

E brasileiro também sabe fazer disco conceitual! Que tal o famosíssimo Ópera do Malandro, de Chico Buarque? Sim, podemos considerá-lo um disco conceitual. Quanto a este, bem, eu já havia escrito um review noutro post, então irei evitar esta redundância, ok?

Embora existam outras centenas de discos conceituais, mas acho que para um único post, já bastam estes citados, né? Qualquer recomendação, sempre acho bem-vinda, afinal, todo bom aprendizado tem seu valor garantido.

Até a próxima, pessoal!

Link para Pink Floydhttp://www.mediafire.com/?99pvuffqxd8vru9
Link para The Whohttp://www.mediafire.com/?jue0loc72a3o502
Link para Dream Theaterhttp://www.mediafire.com/?uflru5dbog7chx7
Link para King Diamondhttp://www.mediafire.com/?js2nd4d8f4742gh
Link para The Decemberistshttp://www.mediafire.com/?8rj8vfsncjfjx08
Link para Chico Buarquehttp://www.mediafire.com/?zrudaay3alqaui6

 
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Publicado por em 28 de maio de 2012 em Musicalizando

 

Protestos virtuais

Sou defensor de protestos virtuais, mas quem participa dessas manifestações deve entender que não está fazendo algo tão complicado e funcional.

PROTESTOS VIRTUAIS COMPARTILHANDO REVOLTA

É muito cômodo teclar no anonimato ou até se identificando.

multidao protestando

Oxalá a quantidade de manifestantes nas ruas chegasse a metade da de twitteros e facebookianos.

Claro que é um saco aparecer um monte de político dizendo apoiar a causa para conseguir uns votos se baseando na ‘revolta’ dos outros mas nós, brasileiros, somos conformistas. Isso está na nossa cultura e precisa mudar.

Maaaas, devemos continuar postando e mostrando indignação. Mas precisamos fazer bem mais se realmente nos importamos com a causa.

 
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Publicado por em 28 de maio de 2012 em Mundo cão, WTF?!

 

Dia Nacional do Chefinho Rui

Tentei encontrar uma foto que eu adoro de nós dois pra compor aqui a história, mas quem disse?

 

Bom, é isso ai mesmo que está escrito no título! Hoje é aniversário do Ruizito… o menino geminiano mais lindo, calmo, magrelo e encantador que conheço… O Rui é amigo de um monte de gente, pode até um dia virar prefeito de SSA ou Piritiba (“Piritiba é linda!”). De vocabulário rico e quase particular ele sai por ai escrevendo nos blogs, no twitiiis e feissibuque besteiras que faz todo mundo rir. No mais, de família de artista só ele quis ir pra estatística e lá enrola até hoje… Quanto tempo já faz? Isso não importa! Importa mesmo é rir e aproveitar as coisas boas da vida: como namorar muito, sair pra jogar futebol com os coroas, ouvir música boa, promover luau e ver a luluuu! Ouvir educadora, escutar uma viola boa danada e ir pra roça também estão inclusos na lista… não é? 🙂

E sabe o que ainda é engraçado? Mesmo todo engomadinho com a farda do trabalho, ele ainda tem aquele sorriso sapeca de menino que dá voltas na rua dizendo olá pra todo mundo e com a cabeça meio out e o olhar mais brilhante que pedra de gude novinha da hora! É menino que senta perto de vó pra ouvir suas histórias com a maior paciência do mundo e que usa o presente que ganhou só pra agradecer de alguma forma… Só soube uma vez na vida dele ter se retado e o cara foi atropelado e a raiva então passou! De resto, ele é o cafa inocente e sonso mais sincero que já pude conhecer!

um dia cê disse que quem me conhece fica comigo pra vida toda…. e é bem da verdade que desejo está contigo pra vida toda mesmo, sempre me orgulhando de ter um amigo tão coisado como você é e sei que não deixa de ser! Amo Ruizito!

*Parabéns pra ele, gente! ♥

 
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Publicado por em 25 de maio de 2012 em Porta Retrato

 

Chegar ao ponto de corrida

“Lá é maravilhoso, para passar uns dias, mas não sei como alguém pode suportar viver, ali, naquela mesmice”.

Ouvi essa frase, dita cheia de segurança e pronta pra convencer o mundo, na fila do caixa eletrônico, de um homem que aparentava uns 40 anos e conversava com outro que espelho parecia.
É incrível como a polêmica anda solta pelo mundo esperando por alguém que a perceba, para isso, ela pega até fila de caixas eletrônicos.
Na fila, ambos os homens estavam a minha frente e a polêmica estava ao meu lado. Eu acabava de sacar tudo…
Como um lugar maravilhoso pode ser maravilhoso por apenas uns dias? Pensei: O que faz do paraíso um inferno em tão pouco tempo? Será a “mesmice” do paraíso ou o inferno inquietante que arde dentro da gente?
E como alguém pode afirmar uma coisa de forma tão categórica se o que é afirmado não passa de uma simples opinião?

correria do dia a dia ponto de onibus

O que mais vemos no mundo são línguas cuspidoras de axiomas e mentes apóstolas de seus próprios postulados. Verdades absolutas que, por preguiça de pensar de quem fala e de quem ouve, parecem saltitar demente em mente.

A gente, gente das metrópoles, acha que ser feliz é ter grana, carro importado, apartamentos com vista pro mar, fazer parte e inventar eventos sociais, jantar em caros restaurantes, consumir em shoppings centers e ser chamados de doutores.
Títulos, títulos… Esquecemos de pensar que, dessa forma, passamos tanto tempo correndo atrás de tudo isso que, mesmo quando as conseguimos, sequer temos tempo pra aproveitá-las.

O que mais vemos são “bem sucedidos” que nunca terão dinheiro suficiente pra comprar a felicidade, que andam em carrões mas não conhecem outros caminhos pra caminhar, tem vistas maravilhosas pra admirar e enxergam menos de um palmo a frente do nariz de cera, que nunca perceberam a brisa que a brisa tem, que comem e não sentem o gosto da comida e, por isso, consomem ainda mais e mal. Isso é ser feliz? Acumular e só? Estão, esses, cada vez mais sozinhos tendo a companhia de analistas pelos consultórios à dentro.

Não quero aqui fazer apologia à pobreza. Conforto é bom e todo mundo gosta, mas o mundo tem muito mais coisa a oferecer e se pode gostar de muito mais. Uma coisa, porém, é certa: É normal viver correndo sem parar pra poder parar um dia? Faz sentido viver se matando pra ter uma morte tranqüila? Farto, fazer do peito um trevo de frustrações e agonias ligadas por uma ponte de safena? Ter um milhão de problemas por procurar a“ tal” solução? Stress loucura ou não? Sim ou não? Hã?

A loucura vicia e todo vício faz mal. O sossego faz mal aos desassossegados, a simplicidade incomoda aos incomodados, o silêncio amplifica nosso pensamentos e como pensamos besteira o silêncio é mal, gente que pisa o chão descalço é triste aos olhos de quem pisa em toda gente, o pôr do sol é sem graça pra quem não tem a menor graça e a lua cheia em noite escura não é nada demais pra quem tudo já é escuridão, obscuridade.

correria do dia a dia homem escada

Correr… Correr… Correr… Consumir… Consumir… Sumir… Se não estivermos atentos passamos de transeuntes a trânsito com toda a velocidade. Precisamos estar atentos pra não sermos pegos de surpresa perseguindo o ponto de partida, pra não nos fazermos estranhos a nós mesmo, pra não pensarmos como se não pudéssemos pensar, pra não pegarmos fila e filássemos a vida por muito pouco a troco de nada…

Que demora desse tio em sacar a $$##@%#%%$ desse dinheiro e, ainda por cima, trás mil contas pra pagar no caixa eletrônico…Arg!!!

 
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Publicado por em 24 de maio de 2012 em Mundo cão, Porta Retrato, WTF?!

 

Homem elipse compra grill para fazer hambúrguer

Hambúrguer. Ele comia todos os dias. Sem pão. Com arroz. Às vezes com ovo. Era tudo o que tinha na geladeira. No trabalho, era servido com Nescau ralo pela moça da copa. Duas vezes na semana. Bebia água em copo plástico. Todos os dias, caminhava até o banco na hora do almoço. Não tinha o que fazer. Consultava seu saldo na esperança de receber um depósito por engano. Durante o percurso, estranhava as pessoas.

– Todo mundo é tão esquisito.

Ventava muito por ali. Sentia-se imbecil ao ver o seu rosto refletido nos vidros dos carros, sempre encolhido, com as bochechas tortas. Sentia que poderia estar doente e que morreria em breve, provavelmente. Sabia que ninguém poderia viver daquele jeito, comendo hambúrguer todos os dias.

Tudo era sistemático. Uma sinfonia composta pelos mesmos ruídos. Pela manhã, o despertador, o ventilador, o chuveiro, o escovar de dentes, o liquidificador, o carro, o trânsito, a porta do carro, uma, duas, três vezes, até fechar completamente. Pela tarde, ar condicionado, dedos no teclado, hambúrguer no microondas.

Faltava-lhe o grill. Nada fritava em sua sinfonia. O hambúrguer era preparado no microondas e ficava borrachudo, queimado nas pontas, congelado no meio, com aquele caldo. Comia triste. Um dia, na volta do banco, passou em uma dessas lojas e comprou o grill mais barato que encontrou. Estava feliz. Ia deixar os outros colegas de trabalho usarem. Levaria para casa também, claro. Deixaria de jantar as coxinhas frias que comprava na padaria vizinha. A sinfonia se encorpava, finalmente.

 
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Publicado por em 23 de maio de 2012 em Pseudo Cult

 

Por enquanto…

Mombojó - Nadadenovo (2004)

Mombojó – Nadadenovo (2004)

Boa noite, navegadores! Depois de um fim-de-semana chuvoso… Continua a chover. A chuva já lavou as ruas com cheiro de gasolina e óleo diesel. Enquanto isso, dou um “reproduzir todas” no álbum Nadadenovo (2004), da banda Mombojó. Bom para dar uma relaxada em casa, ouvindo um rock pernambucano (de acordo com a wikipédia, uma banda de rock alternativo, indie e pós-manguebeat.. É mole?). Como não conhecia a banda, tive acesso ao álbum através da revista OutraCoisa. Foi um álbum que demorou a sair do player e do som do carro. Assistir eles abrirem o show da Nação Zumbi, na Concha Acústica do TCA também é bem divertido.

É um disco também para diversos gostos diferentes. Um pouco de rock’n’roll, um pouco de bossa-nova, um pouquinho de modern jazz, samba, lounge, dub… E eletrônico também. Aliás, durante o álbum inteiro tem programações espalhadas nas músicas. E com bom gosto.

Certamente, consigo classificar as faixas “carro-chefe” são Deixe-se acreditar, Faaca, Merda, A missa… São também “pontos-chave” no repertório da banda, numa apresentação ao vivo. Confere Faaca:

Há também a faixa Baú, que dá aquela malemolência de fim-de-tarde, de fim-de-semana, de dia chuvoso. Mas o álbum, como um todo, é legal. São cinquenta minutinhos de curtição garantida… Para esses dias de chuva… Dá um tempo, São Pedro!

Até breve, rapeizi!

Link para Nadadenovo: http://www.mediafire.com/?5654df4do7fgk48

 
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Publicado por em 21 de maio de 2012 em Musicalizando

 

Cotidiano

Um brother que eu nunca vi na vida estava na minha frente, caminhando também… e observava atentamente uma mulher de calça de ginástica um pouco mais adiante.
Devia estar voltando da academia, estava bem suada nas costas…
O maluco vira pra mim e fala:
– Porra! Que bunda, hein?!

Sou daqueles que preferem não contrariar… balanço a cabeça e dou um sorriso com o canto da boca.
Mais uns 20 metros de caminhada e o cara grita:
– Mãe?! Porra, mãe!

Ela para e o cumprimenta:
– Oi, Antônio. O que foi?
– Nada, mãe! Nada! Porra, mãe!

Eu, claro, fiz minha poker face…

poker face porra mãe

 
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Publicado por em 21 de maio de 2012 em Guerra dos Sexos, Mundo cão, Pior é na Guerra

 

ô chuva…

de três dias seguidos com direito a passarinho cantando na janela. de três dias seguidos de carinho. de três dias de mel sem lua. de três dias de preguiça. de três dias de muita preguiça. de três dias de preguiça demais!

Sou da teoria que massa, chocolate e amor se enamoram como amantes perfeitos de dias frios… você deve ter pensado no vinho também, mas, sempre tenho aquela dúvida do vinho ser pura propaganda subliminar como guaraná com pipoca e coca cola com… com… com tudo! Vai saber, não é? E o amor? Piegas pra essa época do ano?  Não cairia ele na mesma  batida de sucesso da tal mensagem subliminar, dona Princesa? Te responderia que não… porque amor tem uma pegada de moléculas que precisam se agitam e precisam de um cia pra que elas se aquietem, não? 😛

Já me contaram que frio pra solteiro é bullying pra solteiro… acho já que é a oportunidade certa pros cafas avisarem ao mundo que eles existem e oferecem carinho e esquecerem de contar do pé na bunda com direito a mensagem do tipo “e aí sumida?” tempos depois… (cri cri cri). Frio é hora certa de romântico aparecer na porta da novinha e convence-la a pegar um cinema com direito a pipoca e mãos dadas. é hora exata de garoto do interior pedir um beijo pra menina que gosta durante um forró daqueles lentinhos que se beija cabelo e cheira cangote. é a hora dos pedidos de desculpas porque ninguém quer ficar no frio sozinho, né verdade? ah! e já ia esquecendo… é a hora que casal oposto do tipo que ele sente calor e ela frio, ajustam melhor suas tempeturas!

Entonces… aproveitemos! Brindemos à chuva que anda me deixando nessa malemolência de amar preguiçosamente esquecendo das horas e do vinho e da coca cola e dos três dias que já se findam e a chuva nem quer parar…

 

 
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Publicado por em 20 de maio de 2012 em Guerra dos Sexos

 

Mesmice e redundança

Esse texto foi produzido por Josenilson, Lord Biscoito, irmão que fiz na faculdade de Engenharia. Tão irmão que permitiu que eu destilasse um pouco de minha irônia em seu texto, eu “detextaria” que alguém fizesse isso com um texto meu. Rs…Valeu pela colaboração, meu velho. Estamos precisando tomar aquela mesma bebida e gelada do mesmo jeito como sempre…Rs. Mais uma vez, obrigado pelo apoio!

sal e acucar por favor

Despertador tocando, são cinco horas da manhã. É hora de levantar e começar a rotina. Isso se repete todos os dias. Será mais um dia de trabalho e estudos. Vou pegar o ônibus e encontro os mesmos amigos que pegam o mesmo ônibus todos os dias no mesmo horário. A mesma dança de passos marcados.
Entro no ônibus que segue a mesma rota todos os dias. Do nada um diz: “o sistema é bruto”, o outro concorda. Mudou o rumo da prosa, agora é sobre futebol, depois sobre violência ou qualquer outro tema previsível. Sempre a mesma conversa paralela que, por ser paralela, nunca me toca. Meu despertador desperta bem mais a minha atenção.

Às vezes não concordo com algumas coisas, outras tantas com nada, mas prefiro ficar calado, afinal, quando um não quer dois não falam besteira. Por que tudo se repete todos os dias?
Durante o dia de trabalho, problemas e mais problemas para resolver. Por que os problemas não são os mesmos?
Pelo menos os meus não são, senão eu teria logo a solução: A mesma solução de sempre.
Quem quer mudanças? Quem quer mudar? Quem consegue esperar? Quem agüenta esperar? Pra começar, não quero mais do mesmo, quero mais do novo. Estou cansado de sempre correr atrás das coisas, agora quero correr ao lado delas. Como sempre, só eu pareço pensar assim…

A vida é um poema comprido e de métrica complicada, quase nunca rima, mas, diferente dos textos, é cheia de pontos finais.É preciso estar atento sobre nosso papel nisso tudo. É triste que se perca tanto tempo querendo obter resultados diferentes somando parcelas iguais. ” A repetição leva a excelência”, mas ao repetir sem pensar corremos o risco de não pensar com perfeição.

Se a vida é um poema, prefiro ser como sempre fui: Eu diversos!

 
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Publicado por em 17 de maio de 2012 em Licença Poética, Porta Retrato, Pseudo Cult