Gosto de minhas primeiras impressões. Sou muito desconfiado delas, embora sempre guiem de uma forma bem contundente as impressões seguintes. E desde que ouvi muita gente elogiando o album debut da banda paulistana O Terno, e obviamente saí correndo para escutar do que se tratava aquele que já pregavam ser um dos melhores lançamentos de 2012, que uma onda melancólica (boa) remetendo aquele rock’n’roll antigo percorreu cada cantinho dos ouvidos. Sim, achei legal, mas não me empolgou tanto. Há poucas semanas, voltei a escutar novamente, e com mais cuidado, com mais boa-vontade, com mais aceitação, e então pude entender o porquê de o 66 (2012) ter sido um álbum tão citado no ano passado. Realmente um álbum muito bom! Particularmente, desde a primeira faixa que ouvi a influência raulzeira no estilo roquenrolístico praticado pela banda, obviamente que com uma roupagem moderna, com diversos elementos experimentalistas, mas sempre com aquele sentimento old-times-rock’n’roll que sempre faz bem à alma, claro!
A primeira faixa já é aquela que dá nome ao álbum, cuja letra já inicia com uma ironia ao mundo musical: “Me diz, meu Deus, o que é que eu vou cantar se até cantar sobre ‘me diz meu Deus o que é que eu vou cantar’ já foi cantado por alguém? Além do mais tudo que é novo hoje em dia falam mal!“. Dá uma conferida nessa abertura de álbum!
Bonitinho né? Pois logo depois, na segunda faixa que se chama Morto, a banda derrama em seus ouvidos um punhado de melancolia, em verso e som, e que em alguns momentos me remeteu o som dos Los Hermanos. Apenas me remeteu, pois a originalidade da música está lá, postada, impostada e muito bem sedimentada, afinal, a beleza dessa segunda faixa está em cada detalhe melancólico que ela nos apresenta. Gosto muito dela, mas a minha predileta é Zé, assassino compulsivo. Dá uma ispiada:
O álbum inteiro é legal, gostoso de se ouvir, apreciando mesmo, curtindo num momento de apreciação, fácil de gostar e aprovar e de se ouvir muitas outras vezes. Só não me agradou muito uma faixa, a Modão de Pinheiros, com sua pegada sertaneja e sem grande surpresa lírica ou musical. Mas enfim, como diria o moderno ditado: “Haters gonna hate!“. Recomendo escutar uma, duas, trinta, quatrocentas vezes! Vai na fé!
… e até breve, rapeizi!!
Link para O Terno: http://www.mediafire.com/?8plrqcocjhu9cig