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Arquivo mensal: maio 2013

O novo-velho (ou velho novo?)

O Terno - 66 (2012)

O Terno – 66 (2012)

Gosto de minhas primeiras impressões. Sou muito desconfiado delas, embora sempre guiem de uma forma bem contundente as impressões seguintes. E desde que ouvi muita gente elogiando o album debut da banda paulistana O Terno, e obviamente saí correndo para escutar do que se tratava aquele que já pregavam ser um dos melhores lançamentos de 2012, que uma onda melancólica (boa) remetendo aquele rock’n’roll antigo percorreu cada cantinho dos ouvidos. Sim, achei legal, mas não me empolgou tanto. Há poucas semanas, voltei a escutar novamente, e com mais cuidado, com mais boa-vontade, com mais aceitação, e então pude entender o porquê de o 66 (2012) ter sido um álbum tão citado no ano passado. Realmente um álbum muito bom! Particularmente, desde a primeira faixa que ouvi a influência raulzeira no estilo roquenrolístico praticado pela banda, obviamente que com uma roupagem moderna, com diversos elementos experimentalistas, mas sempre com aquele sentimento old-times-rock’n’roll que sempre faz bem à alma, claro!

A primeira faixa já é aquela que dá nome ao álbum, cuja letra já inicia com uma ironia ao mundo musical: “Me diz, meu Deus, o que é que eu vou cantar se até cantar sobre ‘me diz meu Deus o que é que eu vou cantar’ já foi cantado por alguém? Além do mais tudo que é novo hoje em dia falam mal!“. Dá uma conferida nessa abertura de álbum!

Bonitinho né? Pois logo depois, na segunda faixa que se chama Morto, a banda derrama em seus ouvidos um punhado de melancolia, em verso e som, e que em alguns momentos me remeteu o som dos Los Hermanos. Apenas me remeteu, pois a originalidade da música está lá, postada, impostada e muito bem sedimentada, afinal, a beleza dessa segunda faixa está em cada detalhe melancólico que ela nos apresenta. Gosto muito dela, mas a minha predileta é Zé, assassino compulsivo. Dá uma ispiada:

O álbum inteiro é legal, gostoso de se ouvir, apreciando mesmo, curtindo num momento de apreciação, fácil de gostar e aprovar e de se ouvir muitas outras vezes. Só não me agradou muito uma faixa, a Modão de Pinheiros, com sua pegada sertaneja e sem grande surpresa lírica ou musical. Mas enfim, como diria o moderno ditado: “Haters gonna hate!“. Recomendo escutar uma, duas, trinta, quatrocentas vezes! Vai na fé!

… e até breve, rapeizi!!

Link para O Terno: http://www.mediafire.com/?8plrqcocjhu9cig

 
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Publicado por em 27 de maio de 2013 em Musicalizando

 

Mais um outono

29 outonos completados, por pouco. Respondendo a todas as mensagens facebookianas e cada vez mais tendo a certeza de que estou velho… São as emoções contraditórias. Ver o quanto você é lembrado, e agora, beirando os 30 e ainda não cheguei perto do milhão de dólares que eu queria ter nessa idade… rs
Tenso isso de que cada ano a mais é um ano a menos.
E as vontades de fazer nada o dia todo crescendo, porque, com o passar do tempo, fazemos tanta coisa durante o dia que só sobra tempo pra descansar, quando sobra.

niver fail

Aniversário é um dia para, acima de tudo, agradecer por aquelas pessoas terem cruzado o meu caminho e lembrar o quanto sou importante em algumas vidas. Mesmo que eu não os veja, eles estão lá.
Seria bom ter uma saúde melhor e uma memória pior. A não ser que eu já tivesse minha casinha branca no campo, com uma varanda de frente pra vida. Um rio ao lado, uma cachoeira adiante, árvores e uns piazinho enchendo a paciência.

Mas como eu me esculhambo o tempo todo, as coisas não andam. Não repare a bagunça que a varredeira não veio hoje.

Tenho alguns anos criando intolerância à velhice. Não a dos outros, a minha. Acho que vou voltar a fazer umas comemorações psicodélicas e passar a esconder a idade. Se todo mundo se assusta quando eu digo a idade real, deve funcionar. De aniversário eu até gosto. Ainda mais ganhar presentes como os que eu ganho ^^’

bolo de maconha niver psicodelico

E que venha o novo, de novo.

 
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Publicado por em 27 de maio de 2013 em Pior é na Guerra, Porta Retrato

 

No país das (mil) maravilhas!

Alice in Chains - The Devil Put Dinosaurs Here (2013)

Alice in Chains – The Devil Put Dinosaurs Here (2013)

…país este (♩nós somos o terceiro mundo..digital..♩) que nos permite o acesso ao universo musical que eu tanto amo, gratuito ou não, venha como vier, mas com boa intenção! Desde que ouvi rumores sobre o lançamento deste novo álbum, os dias passaram a ser contados minuciosamente. Venho acompanhando o trabalho do Alice in Chains desde o Facelift, álbum de estréia da banda, emplacando hits como Man in the box e Love, hate, love. Era a minha época de ouvir as bandas de Seattle, de ouvir grunge! Então era Nirvana, Soundgarden, Hole, L7Alice in Chains, et cetera. E o Alice in Chains me atraía muito pelo seu peso, misturado com aquele sentimento meio deprê, a dobra de voz de Staley (R.I.P.) e Jerry… E diferente de 90% das bandas que curto, cada novo álbum era por mim curtido do início ao fim, desde a primeira audição! Sim, mesmo bandas consagradas e álbuns perfeitos (assim emplacados por mim!) tiveram que ser apreciados diversas vezes até chegar ao seu status definitivo. Alice in Chains é uma das poucas bandas que não me decepciona, mesmo com a morte do vocalista da formação original, Layne Staley, em 2002. Mas tudo bem, porque o vocalista substituto William DuVall faz sim um bom e surpreendente trabalho junto com a banda.

E finalmente hoje, 23 de Maio de 2013, tive acesso ao mais novo álbum do Alice in Chains: o (por mim e muitos tantos) tão aguardado The Devil Put The Dinosaurs Here. Confesso que já ouvi repetidas vezes, e sinto que amanhã (e durante o fim-de-semana) irei repetir essa superdosagem. Tudo bem, porque posso consumir sem moderação e não engorda! Rs.

Já no final do ano passado, a banda divulgou o vídeo da música Hollow, primeira faixa do álbum. Confere o vídeo aí!

Desde então, a espera foi longa, embora paciente. Agora que o álbum está, finalmente, em minhas mãos (não fisicamente), poderei desfrutar longas e ótimas horas de bom som. Obviamente, não poderia deixar de compartilhar tal prazer. Sintam-se à vontade, mes amis.

…e até breve! (juro!)

Link para Alice in Chains: http://www.mediafire.com/?cdi3z3c1n9nrork

 
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Publicado por em 24 de maio de 2013 em Musicalizando

 

Lave, leve, love…

Nem sempre as coisas acontecem por um motivo. Me assusto muito com bombas estourando e com portões batendo, com gritos na rua e até com silhuetas que passam na janela.

Espero que não seja assim pra sempre. Há quem diga que isso passa. Aos trancos e barrancos, é assim que andam as coisas, mas, pelo menos andam, tenho certeza de que isso é uma vantagem.
E enquanto houverem mais vantagens que desvantagens, eu sigo… até o castelo dos destinos cruzados…

é só amor que move, lave-me em água de chuva, leve-me pra ver o mar e love me…

 
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Publicado por em 20 de maio de 2013 em Match Point, Musicalizando, Pseudo Cult

 

O tipo de coisa que escrevo no twitter

Penso em voltar para lá e continuar a ser brilhante.

Sorte do dia: Não existe sorte do dia.

Tutoriais de pessoas de 13 anos. Me sinto bem. Capaz

Vou parar de procrastinar em algumas horas.

Confeccionando propaganda enganosa.

Agora buscando um layout antigo para reciclar. Está sendo um bom dia.

Ok. Todos os meus layouts já foram reciclados.

Vou fazer jornalismo.

Os emails da Catho são bastante persuasivos. Quase tenho vontade de procurar um emprego.

Todo mundo sempre parece mais ocupado do que eu.

Meus emails sempre começam com “Infelizmente”, “Desculpe a demora”, ou “Eu não pedi esse massive penis enlarger”.

Vou terceirizar minha vida profissional.

Tem um inseto enorme me incomodando. Acho que vou deixá-lo entrar no meu cabelo e resolver isso amanhã.

“O mercado esta aquecido. Volte para a Catho Online.” Ok.

Sy Ableman was a serious man. http://www.youtube.com/watch?v=d2XctcZRWyw

“Ei! Menino do fusca! Tem uma blitz ali na frente.” Não entendi.

Há tempos não ouço ninguém dizer a palavra “mutchaco”. “Fique longe, eu tenho um mutchaco”, ou “Cuidado, ele tem um mutchaco”.

Tente dizer mutchaco várias vezes. Agora escreva. Não faz o menor sentido. Não faço a mínima idéia do que significa. Mutchaco.

(o\_!_/o) Fusca.

Pronto para marketizar o meu dia.

Tem uma goteira no meu carro.

Eu sonhei que era feito de abacate, explodia e sujava a janela do meu quarto. Analista?

“Prezado Marcus Curvelo, Conforme conversa por telefone, segue o manual para o seu kit de penis enlargment com fotos ilustrativas.”

 
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Publicado por em 14 de maio de 2013 em WTF?!

 

Perrengues

mundo novo ba

Acho que todo mundo já deve estar sabendo do “perrengue” que eu passei segunda-feira passada. Um assalto que, segundo dizem, durou pouco mais de 1h… mas que pareceu uma eternidade, ainda mais por ter seguido no carro dos assaltantes por mais um tempo até eles abandonarem o carro.

Aí, aquela coisa de que todos falam, realmente acontece. Passou sim um filme em minha cabeça, a preocupação de todas as pessoas comigo e a minha preocupação com todas as pessoas (próximas e distantes), é mais do que real. Eu só posso agradecer a força e energia que todos me passaram.

E tenho também que me revoltar com a postura das pessoas que estavam em seus locais seguros e rindo, achando o máximo, como se estivesse assistindo um filme de ação. Pior ainda as pessoas que aplaudiram os assaltantes, que provocaram (diretamente ou não) tamanho terror, que deixaram um colega baleado e que me deixaram, de certa forma, traumatizado.

É uma coisa que eu não desejo passar nunca mais em minha vida, mas que estaremos cada vez mais sujeitos se nada for feito em relação à segurança.

Repreender a atitude da polícia em trocar tiros com os criminosos com o carro cheio de reféns é muito válido. Mas aplaudir e ovacionar os bandidos que somente trouxeram terror para dentro de muitas famílias é ridículo e deve ser repudiado e rejeitado por quem perceber tal atitude.
Saber que assalto a banco é visto como uma prática heróica é um sentimento desolador.

Fico muito triste com essa violência na minha região, fere as lembranças da minha infância, dos melhores dias da minha vida. Destrói tudo o que pode haver de mais belo numa cidade.

Abaixo alguns links do que aconteceu, a matéria do jornal A Tarde e alguns comentários bizarros (nos vídeos).

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.456537167754860.1073741829.355036881238223&type=1

 
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Publicado por em 12 de maio de 2013 em Falando Sério, Mundo cão

 

O ceticismo do homem elipse

Homem Elipse sai de casa às sete da manhã. Desde que havia perdido seu último emprego, não saia tão cedo de casa em um dia de semana. Mentira. Mesmo enquanto trabalhava não saia tão cedo. Surpreendeu-se com as ruas lotadas de carros e com a imobilidade das coisas. Um carro sobe no passeio para fugir do engarrafamento. Um motorista de caminhão, espumando ódio, grita, gesticula e faz ziguezague na pista após receber uma fechada. Todos buzinam uns para os outros, enquanto tentam se locomover para algum lugar. Doze horas depois, todos estarão no caminho contrário, tentando voltar para o lugar de onde saíram. E assim seguirá, durante todos os dias.

Homem Elipse precisa marcar um procedimento médico pelo SUS. O lugar está lotado. Todos parecem tomar vacinas, mas por motivos diferentes. E não há mais senha. Terá que voltar no dia seguinte, ou tentar marcar pelo telefone. Volta para casa e quase bate o carro três vezes. Fantasia uma epidemia em que as pessoas simplesmente parassem de se importar com a civilização e resolvessem viver vagando, sem a comodidade de comprar carne tratada e embalada com isopor no supermercado.  Chega em casa e liga para tentar marcar a consulta. A voz eletrônica, cuja dona também deveria estar presa em algum engarrafamento naquele momento, diz que as marcações só começam às nove. Liga às nove e um e todos os ramais estão ocupados. Vai para o computador. Procura as fotos da formatura que havia comparecido no dia anterior. Escreve.

Estou em uma formatura. E os cinegrafistas filmam os rostos dos formandos, que estão sentados naquela espécie de arquibancada. Alguns sorriem para a câmera, como se esperassem uma foto. A verdade é que não há muito que se fazer em uma situação dessas, com uma câmera em seu rosto. E simultaneamente tudo é projetado em uma tela que está voltada para a plateia. E então eu me lembro da minha formatura. Lembro que não peguei o vídeo. Penso que talvez algum dos meus colegas tenha o vídeo e que eu possa copia-lo em uma mídia de dvd. Penso, então, nos meus colegas. Havia uma comissão de formatura, como sempre há, e eles estavam sempre nervosos com alguma coisa que sempre estava prestes a dar errado. Acabei pagando por qualquer coisa. Não fazia a menor questão, para falar a verdade. Poderia pegar o meu diploma na secretaria da faculdade e sair para beber a cerveja mais barata que houvesse. Mas ontem, na formatura de uma amiga, eu pensei na minha formatura de alguns anos atrás. Lembrei-me do nosso professor homenageado, que faleceu há um ano e meio. Era minha primeira semana em um trabalho novo. Cheguei na empresa após o funeral e pesquisei os e-mails que havíamos trocado. Encontrei a nossa última conversa. Ele estava viajando. Foi a última viagem que fez antes de morrer. Ele estava feliz. Me disse que eu deveria me programar para fazer uma viagem dessas também. Eu disse que queria, que queria muito. Já fazem três anos e não viajei. Formaturas, casamentos, viagens ao exterior, viagens a trabalho, nascimento e morte. Vivemos em intervalos. E vamos esquecendo aos poucos das promessas que fazemos a nós mesmos.

Homem Elipse estava melancólico já antes das dez da manhã. Pensou em voltar a dormir, pois nada lhe daria mais prazer naquele momento. De repente era noite. Madrugada. Duas da manhã. Havia planejado chegar à fila do SUS antes das seis horas. Não conseguiria acordar e poderia morrer se não fosse logo ao médico. Pensou em ficar acordado e dormir na volta, mas poderia bater o carro ao dirigir com sono. Pensou que deveria comer mais frutas e se exercitar. Muitas pessoas estavam ficando doentes e ele estava perdendo a fé.

Dormiu e rezou secretamente para que tudo se fodesse.

 
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Publicado por em 7 de maio de 2013 em Mundo cão

 

Tundum pá tssss

Mulher fala pelos cotovelos, sempre rola a conversa em que fevereiro é o mês que elas falam menos. Elas pensam pela boca. Desde pequenas.
Desde sempre aprendem a falar o que pensa, falar seus planos, seus sentimentos, amores, sonhos, ciúmes…

femea_gaivota

Acho que é a busca pelas respostas. Elas vão soltando palavras e esperam o eco com estas respostas. Elas acham que desse eco vem os insights que a salvarão da perdição.
Elas enlouquecem com os moços que falam pouco, ou quase nada. Elas fazem mais terapia que nós homens. Tadinho dos analistas.

mulher fala muito

Mulheres falam toda sua vida para um estranho numa fila qualquer. É só esta fila durar dez minutos. Conversar reorganiza as idéias deste cérebro maluco que elas tem.
Então elas conversam com a amiga que enche de conselhos certos e errados, com o namorado que se esforça pra se manter acordado ou com o travesseiro mesmo. É só o eco que elas esperam.

QUE TIPO DE MULHER É VOCÊ _thumb[1]

Claro que elas só não falam quando a gente quer. E aí, só Freud (de quem tenho sérias dúvidas de sua masculinidade) explica.

 
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Publicado por em 6 de maio de 2013 em Guerra dos Sexos, Pior é na Guerra, WTF?!