Trabalhei numa cidade onde colegas fizeram a prisão de dois assaltantes de banco antes que a ação fosse consumada.
No carro havia muitas armas e eles estavam sondando a cidade para agir.
Fiquei sem acreditar que aqueles caras eram assaltantes. Muito bem apessoados, como aqueles que a gente para numa blitz e vai logo dizendo que é cidadão.
Eles confessaram o plano de assalto e ambos eram de outros estados.
Perguntei a eles: “Por que sair de tão longe para assaltar na Bahia?”
Eles disseram: “Porque a polícia da Bahia não aborda”.
Aquilo nunca saiu da minha mente e fiquei a me perguntar se ele estava correto ou só “tirando onda”.
É fato que, em lugares onde a polícia faz blitz, aborda muita gente e age preventivamente, a incidência de assalto é bem menor.
Todavia, é culpa dos policiais quando a violência aumenta? Dá pra fazer esse trabalho sem que os tais “cidadãos” achem ruim e vão correndo para seus padrinhos políticos pedir intervenção?
Muitos políticos, por sua vez, vão dar queixa de que os policiais estão incomodando o povo.
Daí, quando o policial cruza os braços, os bandidos fazem a festa, drogas e armas enchem a cidade e o povo, na cara mais cínica, volta criticando os policiais.
Dizem que um certo animal não olha pro rabo e eu acho que esse animal chama-se HOMEM.
Quando é abordado numa blitz só deve ter medo se vc anda errado. Mas… às vezes a maioria anda errada. Como vai gostar, né?
Há outra parcela da sociedade. Gente de bem que não tem culpa. Que elogia quando a polícia atua fortemente. Mas também comete o erro de ser omissa. Só os errados vão aos políticos, os corretos não chegam para dizer que os policiais estão corretos quando atuam. Quando abordam e quando notificam.
Sabe qual é o grande lance?
A maioria das pessoas quer andar errada no trânsito. E se a polícia vai a procura de arma e encontra um menor pilotando um veículo, é OBRIGAÇÃO do policial notificar e conduzir à delegacia. Isso é crime. CRIME! Entendeu?
Se o povo quer uma polícia melhor, deve parar também de impedir que bons policiais atuem como a lei manda.