Versos que vasculham o coração

Herbert Vianna - Santorini Blues (1997)

Saudações, trippers! Rapidamente vem chegando o fim de 2011! Verão, praia, férias (pra quem é de férias)! Baseado nisso, vim fornecer um álbum para a ocasião: Santorini Blues, de Herbert Vianna. Confiem, este álbum é ótimo! Lançado em 1997, este álbum é quase um “acústico mtv”, ou seja, muito violão folk, músicas inéditas, releituras de músicas do Paralamas do Sucesso, perfeito para todos os seus momentos de preguiça, sozinho ou acompanhado. Trilha sonora descritiva do fim dos anos 90 para este que vos escreve.

Santorini, ilha grega, serviu de inspiração para a configuração dessa relíquia musical. Basta alguns cliques curiosos no gugli imagens para dar de cara com um dos paraísos que o mundo oferta. A instrumental “Tweety” nos permite um passeio fantasioso por este paraíso, ou por quaisquer paraíso que se projete em nossas mentes. Particularmente, uma das mais belas canções de todo o álbum. Parece retratar a delícia de um beijo inesquecível, os sorrisos eternizados dos grandes amigos, um longo e demorado abraço sincero, a quietude do pôr-do-sol visto do alto de uma serra, o momento de vigília do sono de quem se ama, os raros poucos segundos de olhares tenros se cruzando, ou simplesmente o passar das horas de uma noite qualquer. Que maravilha, não?

A última faixa, “Luca”, também é emocionante. Para quem não sabe, Luca é um dos filhos de Herbert com a inglesa Lucy Needham, aquela que faleceu na tragédia que envolveu o casal em Fevereiro de 2001, na baía de Angra dos Reis. Qualquer pai ou mãe saberia reconhecer cada momento descrito na letra: “Abre os olhos pra ver o mundo / Tudo é novo para os teus olhos novos / Dá pra cada coisa um nome / Um nome novo e um sentido teu próprio / Eu te abro as cortinas da manhã / Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo / Por um instante eu esqueço do que sou / Por um instante eu não lembro de ter medo / Fala as tuas palavras de vogais / E sorri quando já está dormindo / Filho, pai, mãe, orvalho da manhã / Tudo é novo para os meus olhos velhos“. Quiçá um dia eu também saiba exatamente o que essa letra busca traduzir, e saia da mera imaginação. Que homenagem, heim, Luca?

“A palavra certa”, essa é bem conhecida. Dá para se entregar a uma centena de pensamentos e mergulhar de cabeça num oceano sem fim de reflexões. Depende sempre da boa-vontade do ouvinte, obviamente! Mas é um doce caminho para encontrar “a chave que abre o céu d’aonde caem as palavras, a palavra certa que faça o mundo andar“.

Speed Racer

Ainda encontramos o sutil groove de “Speed Racer“. Até então só a conhecia com a parceria de Fernanda Abreu. Ah, mas esta é melhor! Apenas para recordar, Speed Racer era um anime japonês sobre corridas de carro, que pude acompanhar quando criança pela Tv Manchete. Mas a levada impressa por Herbert vai em marcha lenta, grooveando devagar, devagarinho… E rasgando o espaço, já senti o sol batendo em minha cara, já tive a força, já fui veloz no meu azulão em alta velocidade… Hoje vou na batida do groove. Go Speed Racer, go!

Temos também as já conhecidas – via Paralamas do Sucesso – “Dos Margaritas“, “Pólvora” e “Uns dias“. Bem, elas se bastam em suas inéditas versões acústicas, folk, e de muito bom gosto, sim.

Fica a dica da semana, de tão poucos 30 minutinhos apenas. É só clicar no link abaixo, fazer o download do álbum e boa viagem…

Até breve, folks!

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